#JoMO rising

Quando foi cunhado, em 2011, o termo FoMO (Fear of Missing Out – algo como “medo de ficar por/de fora”) foi rapidamente adotado por milhões de indivíduos, que de imediato identificaram em si os sintomas típicos dessa síndrome pós-moderna. Classificado como um tipo de ansiedade social, o fenômeno é característico desta época digital, quando temos, além de toda informação do mundo ao alcance das mãos, o eterno anseio de aceitação e pertencimento passível de satisfação através das interações nas redes sociais. FoMO, trocando em miúdos, é a preocupação compulsiva em perder qualquer possibilidade de interação social.

FOMO é o medo de ficar por fora e também de fora.

O medo de deixar algo passar batido – uma notícia, uma festa ou um like -, pode parecer  banal, mas não é. Como todo processo de tendência traz em si ótimas oportunidades de negócio, surgiu no paralelo uma vasta – e curiosa, neste caso – gama de produtos e serviços a fim de capitalizar sobre o estado de espírito das pessoas. Os programas de digital detox para viciados em internet que precisam de um tempo offline e não conseguem se desconectar sozinhos são um bom exemplo. O californiano Camp Grounded é o mais famoso. Por 1.750 dólares (quase 4.000 reais) , o ~paciente tem um fim de semana de caminhadas no mato, aulas de yoga, meditação, oficinas de culinária orgânica e padaria – “sem chefe, sem relógio, sem celular, sem internet”.

O programa Digital Detox do Camp Grounded

Porém, como ninguém aqui gosta de sofrer (e tendência tem a ver com positividade), analistas começam a apontar que é chegada a hora do FoMO dizer bye-bye. Segundo o relatório de tendências para 2014 da agência JWT, a onda será deixar passar… e, ao invés de ansiedade jorrando por todos os lados, o coração será inundado da mais doce felicidade. É uma simples troca de mindset, acreditam os especialistas. FoMO, portanto, se converte em JoMO (Joy of Missing Out – ou “alegria de ficar por/de fora”) e, a princípio, só os mais cool experimentarão a delícia da des-conectividade. Não se trata, no entanto, de algo radical: JoMO busca o equilíbrio e quer mostrar que o homem é quem deve comandar a máquina e não o contrário.

A Apple, para variar, saiu na frente: a última atualização do iOS vem com a função Não Perturbe. #JOMOfeelings